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Novos porta-enxertos para macieira devem chegar aos produtores do Sul do Brasil nos próximos anos. Eles vêm dos Estados Unidos e vão trazer benefícios, principalmente na questão sanitária, porque têm resistência ao pulgão lanígero e à podridão do colo. Apesar de o projeto ainda estar em fase de desenvolvimento e com previsão de chegar ao mercado daqui a três anos, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) já está divulgando os produtos entre os agricultores sulistas para que eles possam entender os benefícios que vão ocorrer com a substituição dos porta-enxertos antigos. O pesquisador Frederico Denardi, da Epagri, vai dar uma palestra sobre o assunto durante a Senafrut 2010, que acontece na cidade de São Joaquim, em Santa Catarina, de 22 a 24 de junho.
— Os porta-enxertos que nós utilizamos hoje no Brasil já estão bastante defasados, em função da evolução que ocorreu no melhoramento genético de porta-enxertos em nível mundial. Nós usamos porta-enxertos que foram desenvolvidos na década de 1920 e, por isso, apresentam algumas deficiências para as condições climáticas do Sul do Brasil. Nós procuramos introduzir porta-enxertos de programas do exterior que melhor atendessem à demanda do Sul, hoje. O que nós introduzimos em maior escala aqui são os porta-enxertos americanos da série CG. Na nossa palestra, nós vamos destacar duas categorias da linha CG que são porta-enxertos anões. Eles viriam para substituir o M9 e M26, que são os que nós plantamos aqui. O M9 e M26 são muito bons em questão de produtividade, mas suscetíveis a doenças. Os novos mantêm as características de produtividade, mas resolvem o problema de fitossanidade — explica Denardi.
Os porta-enxertos M9 eram muito utilizados em função de uma série de virtudes importantes para atender às necessidades do mercado como o controle do vigor da planta, a capacidade de induzir um índice de frutificação bem rápido, a ótima produtividade e a produção de frutos de melhor qualidade. A linha CG, norte-americana, manteria todas estas qualidades com o benefício de ser resistente ao pulgão lanígero e à podridão do colo. A ideia dos pesquisadores é substituir também a combinação do porta-enxerto Maruba com um filtro inter-enxerto de M9. A combinação é muito boa para a formação de novos pomares, mas apresenta alguns inconvenientes, segundo Denardi. O principal problema é o rebrotamento do Maruba, além da suscetibilidade ao pulgão lanígero.
— Quando se enterra esse inter-enxerto de M9 a praga se estabelece no sistema radicular. Como alternativa, nós estamos indicando pelo menos um destes da série CG, que não rebrota e tem resistência simultânea à podridão do colo e à pulgão lanígero. Nós vamos enfatizar na palestra os porta-enxertos anões G 213 e CG 757, além do CG 202 que são muito interessantes na questão da sanidade. Eles substituiriam os atuais anões em plantio de alta densidade, que é o que se preconiza hoje no mundo inteiro. Provavelmente daqui a dois anos deve começar melhor a divulgação. Daqui uns três anos já devem ter alguns lotes para os produtores plantarem em pequena escala, para início de formação de pomares, mas em larga escala vai demorar um pouco mais — diz o pesquisador da Epagri.
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